segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Voltas

A vida é esta senhora que te dá mil e uma chances para se redimir e tomar o caminho certo, mas que sempre te cobra atitudes.
Feita tal ressalva, vamos falar do Zé. Zé na verdade se chama José Silveira da Cunha de Holanda Albuquerque e Costacurta, um pequeno e singelo nome para um morador de rua.
Contudo, convém esclarecer que - obviamente - Zé tem estória. Formado em medicina, clinicou alguns anos - porém - perdeu a licença por fazer abortos e ter sido denunciado à polícia.
Desde então, Zé decidiu fugir. No princípio colocou trapos e sentou em uma esquina, foi quando conheceu a vida fácil. Altos lucros, grandes investimentos e, todo mundo acreditava naquele perfil de coitado da vida.
Zé, que não era bobo nem nada, conheceu os sinaleiros - mas (olha a adversativa novamente) - como sempre, ainda sentia que era pouco e, decidiu investir no crime.
As pessoas não estavam mais tão generosas para doar de livre e espontânea vontade, logo, explorar o lado violento foi se tornando um negócio generoso.
Zé encarnou muito bem o personagem e, pegou o traquejo das ruas. Sabia como abordar, qual arma usar e - o principal - quais pontos atacar.
Zé teve várias chances de se redimir, mas não queria.
O caminho era este e - não mais importava o seu semelhante.
Talvez por isso Zé hoje esteja cego pela ambição e, pior que isso, se transformado no tipo de pessoa que evitara toda a outra vida (de mauricinho estudante de medicina).
O que Zé não sabe e, talvez demore muito a compreender, é que o mauricinho que ele esfaqueou a semana passada, é seu filho.

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